Monday, November 19, 2007

Can't Buy Me Love

O amor é algo que não se pode comprar, ou se tem ou não se tem dependendo do quão execrável se é. Pelo menos, foi assim que mo venderam.

É claro que só os ricos é que se podem dar ao luxo do "amor e uma cabana". É privilégio deles. Para os demais, há que tomar em conta a praticabilidade, as considerações práticas do amor. Estas são apenas duas ou três questões a que temos de responder. Mais do que isso e passamos a ser racionais o que, convenhamos, só atrapalha.

Por isso é que fico espantado por ver que até já há gestores de marketing que se comprometem a melhorar os relacionamentos através de técnicas de...marketing, propondo para isso ideias para a "venda do seu produto", como revitalizar o mesmo, fazer uma análise de fraquezas e forças (o que em muitos se revela como fraqueza- o que eu sinto depois de força- sentir o teu gancho direito), tornando assim toda uma relação muito mais cheia de "glamour", de acordo com os ner...gestores.
"Contentamento descontente"? Análise SWOT ao coração (?!). Até a linguagem se parece com a do Admirável Mundo Novo.

Devem ser reflexos da sociedade de consumo, na qual tudo tem preço, custo e é optimizável. Nada contra, enquanto a cabeça for usada para fazer contas e conversas sociais, está tudo muito certo. O caldo está entornado quando é preciso sentir. Ela não pode, não consegue. É o princípio da especialidade que, azar dos azares, está em crise.

Já eu basto-me com a praticabilidade das perguntas que o burro coloca no final do filme (You love this woman don't ya? Do you wanna hold her? Please her?). Houvesse mais burros destes e o o mundo era um lugar melhor.

No fundo é simples e por isso é que é tão complicado.

Thursday, November 15, 2007

"Estamos num país que vive numa ditadura"

Eis como a opinião de um ilustre desconhecido pode despoletar uma incursão sobre o estado da Nação.

De um ponto de vista meramente enciclopedista, a afirmação é de refutar. Nestas coisas é sempre bom consultar o dicionário como meio de fundamentar juízos. Um clique na Wikipédia, et voilá: “regime político autoritário em que os poderes legislativo, executivo e judiciário estão nas mãos de uma única pessoa ou grupo de pessoas, que exerce o poder de maneira absoluta sobre o povo”. Reafirma-se a discordância.

Concluo, provisoriamente, que não é por aqui que o gato vai às filhoses, por mais largas que sejam as mãos do Sr Primeiro Ministro. O estado das coisas já não é este: formalmente há 33 anos, materialmente há bem menos!

De todo o modo, e encerrando as palavras mais do que o seu sentido literal, pensei de seguida que podíamos estar perante uma ditadura em sentido metafórico. A conclusão foi forçosamente a mesma, quanto muito podíamos tentar a personificação, mas não a metáfora.

Existem democracias mais ou menos (im)perfeitas, mas sugiro que não as tratemos como ditaduras, mais ou menos avançadas. Para todos os efeitos, o 25 de Abril foi o “point of no return”: a partir daí é legítimo expor todos os podres da democracia, trazer à colação todas as suas virtudes e assumir as suas imperfeições. Mas não é nem construtivo, nem democrático, despromovê-la, espetar-lhe uma faca e anunciar que morreu. É obviamente falso e demagógico, dito com o vazio intuito de fazer crer na ressurreição dos restos mortais do Estado Novo.

Aderindo à moda das classificações, podemos atribuir um mísero 10 à nossa democracia, mas não é, de todo, pedagógico usar a bitola ditatorial.

Que dizer então quando uma auto-denominada democracia é um lobo com pele de cordeiro? Obviamente que a receita para um país democrático não se basta com uma Constituição e meia dúzia de leis, e é também certo que no mapa-mundo abundam líderes com rasgos de despotismo, variando entre atitudes ostensivas e dissimuladas.

Aceitando estes condicionalismos, deverá vingar o optimismo de que qualquer democracia, por mais incipiente, frágil e recente, tem nas mais experientes algum auxílio. Estas, não sendo paradigmas nem autoridades morais, têm sempre qualquer coisa a ensinar, com as conquistas, mas sobretudo com os inúmeros tropeções.

Devemos deixar-nos de regressos ao passado, sob pena de parecem saudosismo.

In dubio, pro democracia.

Thursday, November 8, 2007

Insane

http://www.nygirlofmydreams.com/

Fosse comigo, casava-me.

Tuesday, October 23, 2007

Bicarbonato de soda

Na Vida há os optimistas, os pessimistas e os realistas (que não são mais do que pessimistas finos).
Por mim, prefiro os humoristas.
Já está na hora de acabarmos com a discussão sobre o meio-vazio ou meio-cheio que está o copo com água! É beber o copo e acaba-se com a dúvida! Ou se tem sede ou não se tem, e se não se tem que nos importa o copo?! Mas, se se tem sede, então é beber até à última gota para que não levantem objecções!
Ao fim e ao cabo é só um copo...

Wednesday, October 17, 2007

no title

Life is a living hell!

Thursday, September 20, 2007

Five to One



Relembro os Doors

"The old get old
And the young get stronger
May take a week
And it may take longer
They got the guns
But we got the numbers
Gonna win, yeah
We're takin' over
Come on!"

É esta a maior democracia do Mundo... Um lugar onde se sentem no direito de tirar a vida a uma pessoa, "terroristas" absolvidos pelos tribunais americanos são mandados de volta para Guantánamo e onde perguntas incómodas são respondidas com um taser para aclarar as ideias.
Da próxima vez que afirmarem que determinado país não respeita os direitos fundamentais ou não é democrático eu tenho tamanhas munições de manguitos que levarão dois séculos a gastar!

A América é a meta da decadência mental!

E ainda há quem não core quando diz admirar a América!

E ainda há quem lhe estenda a mão!

E quem lhe lave a roupa!

E ainda há quem duvide que a América não vale nada, e que não sabe nada, e que nem é inteligente, nem decente, nem zero!

"I found an Island in your arms
A country in your eyes
Arms that CHAIN
Eyes that LIE
Break on through to the other side!"

Saturday, July 21, 2007

Força de Viver

“A vida vale mais que a comida e o corpo mais do que a roupa….reparem nos lírios, que não fiam nem tecem.
Contudo, digo-vos que nem o rei Salomão, que era riquíssimo, se vestiu como qualquer deles.
Ora, se Deus veste assim as plantas que hoje estão no campo e amanha são queimadas, quanto mais vos há-de vestir a vocês, gente sem fé.” 1
Todos os dias me interrogo se eu ainda acredito, se tenho fé e todos os dias a resposta é sempre a mesma, não, não tenho! Perdi toda a fé que tinha pelos homens e perdi também toda a fé que depositava em Deus, esse ser incrível que fica lá do alto a observar os humanos como se de um jogo de xadrez se tratasse, como posso eu acreditar em algo assim? Todas as noites me deito e chamo por ele, tento falar-lhe e ele não me responde, durante muito tempo pensei que o silêncio seria a melhor resposta ás minhas perguntas, achei também que talvez ele estivesse chateado comigo e não me quisesse falar, tipo miúdo a bater o pé e a fazer beicinho, mas se Ele é Deus não ia perder tempo com um reles descrente como eu.
Que vás para o inferno deveria pensar Ele, que não acreditas em mim! Mas eu acredito senhor, simplesmente não te compreendo, é difícil compreender algo tão extraordinário, tão complexo, quer dizer o senhor é Deus!
O intelecto do homem está sempre a querer desvendar as coisas. Ele quer a resposta para todos os “ E se….?”. Deus, no entanto, não responde a esse tipo de perguntas. Diz, simplesmente: “ Confia em mim.” Isto significa que Deus guarda sempre o que tem de melhor para os que deixam que seja Ele a fazer a escolha. “põe a tua vida nas mãos do Senhor, confia nele e ele te ajudará.”2
Depois de prolongada reflexão cheguei à conclusão que não basta praticar o bem ou simplesmente não fazer o mal, temos que acreditar, porque só assim podemos satisfazer o temor da morte, sim, quer dizer viver meia dúzia de anos e depois não haver mais nada é capaz de ser chato!

Platão, o célebre filósofo grego, disse certa vez que há três fontes válidas de conhecimento.

1. Os cinco sentidos – tacto, paladar, olfacto, audição e visão – que o homem compartilha com o reino animal.

2. A razão – que distingue o homem dos animais inferiores.

3. À terceira fonte Platão deu o nome de “Divina Loucura” – referindo-se assim ao mundo espiritual da comunicação sobrenatural.

Mais tarde Aristóteles, discípulo de Platão, eliminou a terceira fonte – aquela faculdade inteiramente intuitiva pela qual o homem recebe ou obtém a percepção divina. Aristóteles afirmou que o conhecimento se obtém apenas pela utilização dos cinco sentidos e da razão.

O mundo ocidental foi profundamente influenciado pelos sentimentos de Aristóteles. Em culturas orientais e em culturas primitivas, no entanto, a referência ao mundo dos espíritos – o mundo dos sonhos, visões e comunicação sobrenatural – é comum em todos os níveis sociais.

A pergunta que eu faço é, será que por nós ocidentais supostamente desenvolvidos, cultos e eruditos nos deixamos vencer pela razão colocando a paixão e emoção como coisas não essenciais? Mais será que nós do alto da nossa sapiência achamos que tudo o que não é cientificamente explicável, o vai ser um dia e que não existe mais nada para além do que os nossos sentidos percepcionam?
E mais importante ainda arrogamo-nos de cultos e chama-mos bárbaros aos orientais e aos povos primitivos, só porque eles acreditam?
Como é óbvio eu próprio não tenho a resposta para estas perguntas, mas se nos é permitida a imodéstia de colocar a nossa opinião junto da de Platão e de Aristóteles, pensadores intemporais, pensamos que toda a vida tem uma razão de ser, se Deus existe? Cabe a cada um de nós descobrir, se existem pessoas que falam com ele, por favor mandem o número de telemóvel do Senhor, ou mesmo o mail.
Quero muito falar com o Senhor, penso que seria uma conversa muito interessante, ele explicar-me o truque da multiplicação dos peixes, ou aquele outro de andar sobre a água, entre tantos outros.
Seria sobretudo muito interessante o que Ele teria a dizer sobre o conflito no Darfur, ou sobre os conflitos sempre actuais entre Israel e a Palestina, sobre o que raio aconteceu na segunda guerra mundial, qual foi o papel do Hitler? Ah e já agora porque ao mesmo tempo que pessoas passam fome o líder católico vive num pequeno reino cheio de vestes imponentes, coberto de ouro, diz-se até que o João Paulo II tinha umas botas Dr. Martinez em branco, que inveja….
A verdade é que eu sou um herege, só digo coisas erradas, mas se querem acreditar em algo, acreditem em vocês próprios, na força que todos temos dentro de nós, uma força vital que todos os dias se revela num abraço, um beijo, um carinho, numa mãe a amamentar um filho, um pai a levar um filho ao futebol, (quem me dera), numa simples palavra, acreditem no Amor.


1- (Lucas 12:23, 27,28.)
2-
(salmo 37:5).
Libertas.

Wednesday, July 18, 2007

Vencer pelo ócio

Após um longo período de ausência está de volta à má-língua!
Devido a razoes de foro profissional, ou talvez por falta de profissionalismo que levou a prorrogar o tempo de exames ficamos algum tempo sem falar mal, mas estamos de volta, cheios de vontade de criticar o mundo.
É com espanto que verificamos o caro K que quer mudar o mundo com uma espécie de novas conferências do casino para mudar a sociedade portuguesa, oh K, mas isso dá trabalho! Será que este é o mesmo K que escreve que é um “burro cansado”….”Que o esforço só leva ao cansaço”, tens que te decidir ou a tua pró-actividade é evidenciada pelo ócio?
Ouvi algures que “é preciso que tudo mude para que tudo fique na mesma”, em verdade vos digo, se é necessário que tudo mude para que tudo fique na mesma, para que mudar? Podíamos simplesmente poupar-nos deste trabalho todo, vamos entediar os dirigentes até à exaustão que eles mais tarde ou mais cedo desistem de nos tentar enganar, porque simplesmente a gente não quer saber!

(até os rage against the magine quando lançaram o último single intitulado no one can't stop us now, separaram-se e não voltaram a actuar!)


Libertas.

Saturday, July 14, 2007

Serve the Servants

- K. como sempre que te encontro, estás sem fazer absolutamente nada, a gozar plenamente o ócio...
- Que posso eu dizer? Estou a reflectir, sou um diletante compulsivo.
- Ah, o senhor está em avançada reflexão então!?
- Exacto, e para ser franco, estou à espera que a Vida me revele algo sem eu ter de procurar.
- E porque não procurar ser útil?
- Porque de acordo com a minha mais profunda crença, são sempre os que se esforçam por emagrecer que engordam...
- Da mesma forma, os que querem ser úteis...
- ...acabam por ser chatos e verdadeiros empecilhos.
- Oh, assim os que lutam por ser felizes...serão sempre infelizes?
- Nem mais...a Vida é, na sua essência, uma grande farsa porque, ao contrário do que nos venderam, o esforço só leva ao cansaço. Por outro lado, todas as coisas que receamos têm um sentido de timing espantoso. Evidências? Hás-de reparar que quanto mais desespero pões, mais grãos de areia escapam entre os dedos. Os Deuses lançam a cenoura e os homens, invariavelmente, tentam apanhá-la em vão, sem saber que, ao mesmo tempo, os Deuses soltam os cães. Quanto a mim sou um burro cansado.
- Isso é um absurdo!
- Talvez...mas cada um é livre de viver a sua Verdade. Cá na minha ideia, quanto maior é o esforço...fim mais longe, Fim mais perto. O Homem deseja o que não pode e é obrigado a viver com o que não quer. Penso que se não me agarrar a nada, nada se agarra nem é atirado contra mim. Tenho uma sensação de controlo, o Mundo é bem melhor visto de cima.
- Eu às vezes pergunto-me se terás tanto prazer em dizer tamanhas idiotices. Gostas mesmo do que és?
- Temo ser demasiado parcial nesse assunto para ter uma posição convenientemente objectiva.
- És um tolo!
- Ser mais papista que o Papa há-de ser a tua queda...
- E o cinismo a tua...
- Cínico? Eu? Jamais me tinha visto dessa forma...um cínico, como disse o poeta que amava o que não podia, é um Homem que sabe o preço de tudo e o valor de nada e eu, apesar de saber o preço de tudo, também sei o valor de alguma coisa e o de coisa alguma. Quanto muito serei um sentimental perverso.
- Tu cansas-me...
- É a Tragédia das relações humanas, acabamos todos a bocejar mortalmente...
Ainda vamos ser grandes amigos.
- Deus me livre!
- Olha...agora tenho a certeza!

Friday, July 13, 2007

Quando eu te vejo

Os meus pequenos primos estavam indignados por a Luciana Abreu estar na TV com umas calças de ganga ("A Flor não usa calças!!!")...Curiosamente eu também...
Pff...e ainda teimam no Generation Gap...

Wednesday, July 11, 2007

The melting watch

Esperou-te a tarde inteira. Tinha um vestido branco, um bocadinho transparente, dava-lhe aquele ar “naïve e pós-moderno”, como ela própria o descrevia.
-Desculpe, tem horas? – perguntou-lhe um sem-ponteiros
Só aí caiu em si, mesmo a tempo de evitar as nuvens arroxeadas e o desagasalho do fim de tarde. Levantou-se, reparei que tinha o vestido sujo de relva, mas que lhe importava?
Esperou-te a tarde inteira, virava as páginas absortas do livro, juntava as letras, não lia. A certa altura deixou-me inquieta, confesso que achei arrogante perder tanto tempo com pensamentos sobre si própria, sem querer saber o que se passava naquele livro.
Contou-me que lhe pareceu ter-te visto há umas semanas, coisa que lhe acontece de tempos a tempos. Chegou a abordá-lo, descreveu-me pormenorizadamente a casa, o quarto, a maneira como compunha o cabelo com as mãos, repetidamente, compulsivamente, de forma tão desprezível que concluiu não ser possível seres tu.
A noite passada perguntou por ti num lugar onde param velhos com cheiro forte a colónia e mulheres impregnadas de talco, entre fotos e musica desbotada, mesas pesadas, enraizadas no chão pegadiço. Comentou que a vossa juventude faria um contraste interessante naquele lugar, e eu concordei.
Fiquei com a impressão que amanhã te vai procurar, quando a vi a percorrer o armário com os olhos. Não lhe disse que te tinha encontrado há umas semanas, que me sentei muito perto de ti e que trocámos meia dúzia de vulgaridades. Também não lhe contei que nesse dia subi as escadas do prédio, descalça, a correr, numa estranha descarga de adrenalina.
Pedi-lhe o vestido branco emprestado, mesmo que o dia não aqueça o suficiente vou usá-lo amanhã, para o caso de quereres trocar meia dúzia de vulgaridades, naqueles minutos de pretexto, entre duas estações.

Monday, July 9, 2007

Man in the Box

Falta alguém que clame por justiça. Esse alguém, como é óbvio, não sou eu. A mim agrada-me que a Vida seja injusta, não fosse assim e eu estava tramado.
Mas se há pessoa que merece justiça é o Luís Militão. Ele é a prova viva (por enquanto) de como Portugal continua a desperdiçar o talento, dando azo à afamada fuga dos cérebros para outras paragens, diminuindo o potencial a este canto. Tamanha miopia estratégica é desoladora, ainda para mais quando o que não falta ao Militão é visão (e desoladora também...para os rivais).
Não se deixem enganar, o Militão não está preso. Ele tem é um espaço de manobra reduzido mas isso faz parte do truque. Nada nem ninguém prendeu o Houdini.
O problema destes génios é o facto de em Portugal preferirmos sempre o estrangeiro, mesmo que de qualidade duvidosa, é estrangeiro e basta. Porque, muito sinceramente, o Scofield ao pé do Militão é um amador, tem é marketing.
Por estas e por outras é que o "real deal" vê-se obrigado a emigrar à procura da terra das oportunidades. Se o Militão tivesse nascido americano, não teria sido um "wasted talent" e as guerras recentes teriam sido resolvidas em dois/três dias, os árabes já adoravam o Papa e o Bin Laden e os seus comparsas já estavam a tomar o gosto à alta voltagem de Guantánamo.
Vamos acabar com o complexo de que só os países civilizados é que têm "criminal masterminds". Nós também os temos e melhores, os coitados têm é de emigrar.
Viver está mesmo mais difícil, até para os que tornam viver...difícil.

Tuesday, July 3, 2007

Amoris Causa

Ele, um soldado daqueles que nunca são heróis, pois não era forte como Hércules, corajoso como Aquiles ou belo como Adónis e tão-pouco tinha o carisma de um Alexandre. Era apenas um soldado de pouco valor, que os Deuses abandonam e dos quais não reza a História.
Certo dia, o soldado sem pena nem glória viu, com os seus olhos vagos, aquela que os trovadores vangloriam e pela qual os valorosos se perdem. O soldado, outrora triste e indiferente, possuía agora luz no peito.
Ela, uma Princesa em toda a sua graça venusiana, de olhos claros e penetrantes, belos cabelos loiros, face desenhada por um Miguel Ângelo e sorriso esfíngico e fatal como o de quem esconde um mistério dos muito misteriosos. Era toda a Antiguidade Clássica com a originalidade dos tempos modernos. Tinha tanto de intrigantemente fascinante como de fascinantemente intrigante.
O fraco soldado sentiu-se preso à sensível Princesa como um marinheiro está preso ao mar, o narciso à água e o corpo à alma.
Mergulhado na sua ilusão e depois de muito pensar, o pequeno soldado fez-se grande e, chegando-se perto da Princesa, disse-lhe "Perdoe-me a ousadia, senhora minha, mas eu, por quem os Deuses não nutrem simpatia, ao vê-la tomei consciência do vazio que tinha e do nada que me sentia...Acaso aceita o meu amor?"
A Princesa, graciosa em todos os seus gestos, rindo muito disse "Decerto que é um bravo soldado e o que diz será verdade mas, como prova da sua dedicação, peço-lhe que me espere cem dias diante do Palácio, só após essa proeza poderei aceitar de bom grado o seu amor."
O formoso soldado acedeu a tal pedido. Passou um, dois, três, cinquenta dias, em que fez chuva e sol e calor e frio e o destemido soldado não se movia. Teve sede, fome, foi alvo de chacota, todos riam do admirável soldado. Mas ele, certo do seu amor, permaneceu imóvel e imperturbável durante noventa e nove dias.
Na última noite, o soldado esquecido pelos Deuses virou-se de costas para o Palácio...e foi-se embora...

Friday, June 29, 2007

Pedido Especial

Eu não me dirijo à mesma entidade a que te diriges, caro K. Dirijo-me, antes, à Besta (não tu Libertas, a original!)...


Cara Besta,

Realiza aqui o desejo do meu amigo K. Como vês, as bandas que constariam, são bastante apologistas da tua pessoa, como tal, concretiza-o para teu próprio bem!! Tu próprio estás mais que convidado!

Ah... se não for pedir muito, fulmina o gajo que me roubou a baqueta que o Lars me estava a dar ("Take It, Take It")

Atenciosamente, com um metal up your ass,

Winston

Let the Music do the Talking

Eu sei que eu estou sempre a bater à Tua porta com pedidos e que Tu não és o TRL (felizmente!)...mas é que depois de ontem...só Te peço que organizes um festival, no S de Judas do Mundo, com bandas como Blackfield, Opeth, AiC, Ozzy e Metallica.
Sabes que eu, quando é para pedir, peço em grande e também não te custava nada...ao fim e ao cabo somos todos católicos e era por uma boa causa!
Para além do mais, uma Ode à Música destas faria com que a crise no Médio Oriente, a crise económica e a crise da Crise não passassem de bagatelas de spoiled kids.
A boa causa de que Te falei? Desde quando o Amor é racional?

Wednesday, June 27, 2007

I'm too sexy for my shirt

Há muita gente que diz que se fossem todos belos o mundo não tinha graça nenhuma e ainda há os que têm a lata de observar que a beleza interior é que conta. Tamanho disparate, tão claro como claras em castelo, só poderia ser proferido, vendo bem as coisas, por feios. Assim como só os que nunca ganham é que enchem o peito para dizer "O que interessa é participar". Eu sei que não sou imparcial, eu sou lindo de morrer, para que conste. Já fui um pouco vaidoso, mas hoje sou perfeito. Postos os pontos nos is (olha mas não pus), nomeadamente esclarecido o meu lado na contenda, passo a divagar.
O que realmente importa é ter estilo e fazer tudo em grande estilo! É esta uma das grandes lições dos filmes de Hollywood (para além de que as grandes investigações passam sempre por um clube de strip...mesmo as que envolvem crimes ambientais, sabe-se lá o que tramam as marotas e os seus varões). Todos nós gostávamos de ser o tipo que assalta o banco, aldraba o casino e foge com a mulher do aldrabado (ok, as senhoras preferiam ser esta mulher fogosamente atraente).
Mas, infelizmente, algo está a correr absurdamente mal na evolução da sociedade (os sociólogos confirmam!). Refiro-me, como é óbvio, a programas como a "BETTY FEIA", que voltam com histórias da Cinderela, com a grande diferença de que esta é mesmo feia, e o sermão de que o que interessa é a beleza interior. To Hell with inner beauty! Agora que estávamos no trilho certo do Éden, diria até a poucos dias de lá chegarmos, reabrem-se debates sobre a "importância da imagem no mundo actual e os perigos dos seus excessos"...o único perigo de ser belo é ser demasiado tentador! E isto é tao verdade verdadeira como o facto dos nutricionistas serem todos gordos.
Uma amiga minha sofreu um atentado nas sobrancelhas. O meu conselho? "Usa uns óculos escuros daqueles fashion que tapam a cara" "E se estiver num café ou centro comercial?" "Dizes que estás de ressaca!". O segredo da vida é fazermos das desgraças coisas com estilo!
Certa vez fui cortar o cabelo (actividade que realizo amiúde) e, mea culpa porque devia ter reparado que estava num centro de jardinagem, a senhora jardineira resolveu cortar o mal pela raiz (literalmente!), pegou no corta-relva e rapou-me a cabeça. O que é que eu fiz com 0,5mm de cabelo? Chorei? Reclamei? Nada disso, meti brilhantina, posso ter pouco cabelo mas o que tenho brilha!
Pff e ainda dizem que sou superficial, vago e fútil (a ordem é arbitrária).
Estilo, meus amigos, estilo!

Wednesday, June 20, 2007

Jesus Cristo Superstar

Aquilo dos 10 mandamentos na condução...tem efeito retroactivo? São também pecados capitais?
É que...

Monday, June 18, 2007

Nota aos membros do blog

Estuda uma pessoa um ano inteiro, na esperança de conseguir notas minimamente decentes, e chega aos exames e só lhe acontecem desgraças... Desgraças imputaveis à minha pessoa, é certo, não tenciono culpar os outros... Sad But True (faltam 10 dias), mas a verdade é que me voltei a espalhar...

Não culpo a faculdade, nem os professores (que me perseguem, eu sei!), mas bem que podia ter um destino mais ao nivel da minha dedicação :P

Bom Estudo para os restantes membros do blog e boa sorte

Thursday, June 14, 2007

The bed ain't my bitch

Hoje chegamos à conclusão que afinal dormir não é assim tão bom. Sempre fomos muito preguiçosos, tínhamos em descansar várias horas seguidas numa cama como um acto de restabelecimento de forças, afinal estávamos adormecidos e tudo era como nos aprouvera, pois a realidade que queríamos viver era por nós vivida em sonhos, tudo era belo, sentimos que somos Deus, que somos imortais, inatingíveis, o problema é que no dia seguinte acordamos sempre…Apesar de nos sentirmos sempre cansados, deixamos de entender o sentido do sono, não posso acreditar que o ser humano seja obrigado a perder tanto tempo na vida, porque no final metade da nossa vida foi passada numa cama com sonhos ridículos. Os sonhos eram uma espécie de refugio inatingível onde nos escondíamos e onde as nossas fantasias se tornavam em momentos de pura realidade, mas a verdade é que não mais conseguimos dormir como antes, ao invés de fantasias levamos problemas para a cama, pensamos neles durante a noite, e nos intervalos dos problemas temos pesadelos com eles. Para que dormir, What’s the point of taht?É uma total perda de tempo, mais vale acordar, ouvir aquela música que nos dá vontade de partir tudo, nos enche de energia e fazer alguma coisa de útil, como tentar interpretar os sonhos da noite anterior....


Libertas.

Casablanca

- K. acreditas em Deus?
- É mais importante que Ele acredite em mim.
- Foste sempre tão cretino?
- Fui aperfeiçoando...mas a base estava lá definitivamente.
- K. e no amor acreditas?
- Acredito no seu fracasso total, o que é belo!
- Belo?
- Se a História nos ensinou algo...foi que as mais belas histórias acabam em desgraça.
- Tu és tão...
- Cínico?
- Perverso!
- Também é um bom adjectivo...
- Como é que podes achar o fracasso belo?
- Nada é tão poético e mexe tanto com os homens como uma boa derrota!
- Que manipulador!
- Repara, o Homem é um animal descontente mas nunca sabe o porquê do seu descontentamento! Eu digo...damos-lhe uma razão para ser miserável e ele tornar-se-á no Homem mais feliz do Mundo, no mais sortudo!
- Odeio-te!
- Não! Tu amas-me só que ainda não sabes...
- O que te faz ser tão confiante?
- Saber que estamos destinados ao fracasso.
- E isso é bom?
- Pergunto eu, consegues pensar em algo melhor?

Tuesday, June 12, 2007

- Preciso de espaço, desculpa.
Não há mais mãos em mãos, apertadas, nem mãos pelo cabelo, de mansinho. Tudo porque precisas de espaço, e eu sempre te fiz as vontades. Mas isso é o quê? Dois metros, eu do lado de cá da rua e tu do lado de lá? Vais mudar de cidade, mudo eu, ou chega-te que vá a tua casa buscar a camisola verde que lá deixei? Se forem só meia dúzia de centímetros não faz mal, consigo satisfazer-te o pedido, mais que isso não. E esse espaço é geográfico ou temporal? Ligo-te amanhã depois de almoço, para falarmos melhor, estou certa que reconsiderarás. Podemos ir lanchar ao sítio do costume, dividimos uma torrada como sempre, tu comentas que a empregada até tem uns olhos giros e eu belisco-te debaixo da mesa. Isso é uma desculpa qualquer, não me estás a dizer a verdade. Não queres dizer, não digas, mas então explica-me o que é isso do espaço. É como quando vamos no elevador com um vizinho e nos encostamos muito num canto? Ou no metro, como quando preferimos ficar no cais e esperar pelo próximo? Eu quero apanhar este e não me importo que vá apinhado, só me chateia que alguém te toque, mesmo sem querer. Mais ainda se eu não o puder fazer. Por isso se queres espaço, logicamente, não voltarás a andar de metro ou de autocarro, prefiro que não te aproximes de ninguém. Nem por carta, sequer. Assim terás o teu espaço, e só assim. Nisto não cedo. Perguntas-me se estou a enlouquecer. Dizes que vou ficar bem, e que o tempo tudo cura. Respondo-te que o relógio e o calendário só emendam o que por algum motivo estava enfermo, ainda ontem estávamos bem, pensei que hoje estávamos melhor que nunca. Mais valia teres virado a cara quando aqui cheguei, bem sabes como detesto pensar nas coisas que se revelam como as últimas. Se estamos a minutos do fim não é porque tens falta de espaço, é porque há demasiado entre nós. Sabes que mais? Dou-te razão. Hoje é sábado, mas na segunda, à hora de ponta, num transporte público qualquer, vou procurar alguém que se contente com o pedaço mais pequeno de chão, onde só cabe um pé em cima do outro, e vou fingir que é a primeira vez, como fiz contigo.

Friday, June 8, 2007

Political Compass

Lanço, neste post, o desafio aos que nos têm acompanhado nas ultimas semanas: http://www.politicalcompass.org/questionnaire

Fui, como ervas, e não me arrancaram

Continuando com os temas fracturantes, que têm sido a força deste blog, hoje gostaria de falar dum assunto que é de uma relevância enorme para a sociedade portuguesa, com a agravante que é o facto da maior parte de nós não nos apercebermos da importância do mesmo, mas nada temam que eu fui chamado para alertar.
E o problema é a má interpretação que tem sido feita ao longo dos anos de um dos poemas do Fernando Pessoa que, indubitavelmente, resulta da dificuldade que os Silvas têm de perceber os paradoxos e ver mais do que fica dito. Agora que consegui a vossa atenção, resta-me explicar onde fui buscar esta ideia. Surgiu depois de ver na TV um senhor na ponte, parecido com o Bosingwa, a afirmar que o buzinão foi tanto física como ruidosamente perceptível pelo Ministro.
Não percebi. Continuo sem perceber. Achei melhor tentar esquecer. Mas, tal como as grandes paixões, continua lá para me azucrinar. O que é chato. Ou nem tanto assim. Dizem-nos que temos coração. Se calhar até é bom.
Bom, o facto é o de que esse homem não disse nenhum paradoxo, apenas uma parvoíce, mas deu-me a desinspiração para escrever crap e isso é que importa.
O poema é a Tabacaria e, erro meu, não é do Pessoa mas sim do Álvaro de Campos, um daqueles poemas que toda a gente sabe citar nas horas mortas mas ninguém percebe o significado. Um pouco como estar "in bloom" para os que atingiram o Nirvana.
A mim sempre me fez confusão um génio não se ver como tal. Era como se pusesse em causa a minha convicção de ser um deles e isso eu não poderia aceitar. Vai daí que sempre me intrigou o Álvaro dizer "Não sou nada/Não posso querer ser nada/Nunca serei nada" e a professora explicar que o sujeito poético (que terrível expressão!) revelava sentimentos de fracasso, melancolia e revolta consigo próprio. Ora é sabido que a revolta é o primeiro estado de consciência do Homem. E que o português é uma língua graciosamente traiçoeira. E que menos com menos dá mais (engraçado como a matemática ajuda na interpretação de poesia), logo "Não sou nada" significará que se é alguma coisa. E assim para os outros versos.
Mas não posso bastar-me com estes versos iniciais. Há que tocar mais fundo. O poeta começa então a revelar-se aos poucos "Falhei em tudo/Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada" o que é um indício. E acaba, não o poema, mas a revelação "Semiergo-me enérgico, convencido, humano/E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.". E já nada será como dantes.
Lendo assim já faz sentido o Universo reconstruir-se sem ideal nem esperança e o dono da Tabacaria sorrir. A Esperança só dá o braço aos infelizes. Os outros não precisam dela para nada. Se o Universo se reconstrói sem ela é porque algo de bom se conseguiu, nem que seja a, não tão mera assim, paz de espírito. O que cada um traz dentro de si é, na realidade, a única coisa que importa porque ninguém, a não ser o próprio, lho poderá tirar...o que parece irreal!
Um amigo uma vez disse-me que a Arte devia revelar a Arte e esconder o artista, parece-me que Pessoa também o sabia. Não te preocupes, ninguém liga, your secret is safe.
É curioso como tudo na vida só faz sentido na contradição, no paradoxo. Toda a gente sabe que o paradoxo é uma afirmação que implica uma contradição fundamental na sua base. Quase ninguém sabe que, na verdade, o paradoxo não comporta contradição alguma. Diz a verdade e por isso é que nos rimos.
Voltando ao poema, pensando bem, talvez não seja esse o seu significado, mas é que para alguns de nós faz toda a diferença do Mundo haver ou não uma rosa, consoante o apetite da ovelha (e que tenebroso é depender disso!). Talvez o meu amigo tenha estado mais acertado quando disse que o que a Arte espelha realmente é o espectador e não a vida, e seja eu que queira ver o poema desta forma. Talvez também eu tenha querido dizer algo de subtil e sublime neste texto. Já não sei. Estou baralhado. Ou como diria o mesmo amigo...às vezes sou tão inteligente que não percebo uma palavra do que digo.
Valete, Frates (apesar de ser sozinho).

O Bom, o Mau e o Vilão

O George Bush é um sonhador. Um idealista. Tem é sido mal interpretado pelo Mundo. Ou então tem interpretado mal o Mundo.
Confesso que gosto tanto de política como de bordados, isto é, conheço os contornos e até posso apreciar o resultado, não tenho paciência é para as picuinhices no meio. Assim, soube que o bom George disse que a Rússia não era uma democracia (vi nas gordas...ups na tv na tv!!) e agradeci a Deus por ainda haver cowboys dispostos a pôr tudo no lugar. E tal como nos filmes de cowboys, o xerife (sociedade internacional) é sempre um tosco. Bush tem sido acusado de tudo. Ninguém pode é negar que ele sonha com democracias a florir pelo mundo inteiro. E vibra com a dignidade da pessoa humana. Ai de quem se atreva a instaurar um regime autoritário...Not on my world, pal!
Foi só Ele aperceber-se das ditaduras violadoras dos direitos fundamentais (já que nem todas são! Há os iluminados! ah isso é que há!) no Afeganistão e no Iraque e pimbas!(Emanuéis inclusive...), toneladas de democracia ocidental para cima. E todos vimos como aquilo floriu...
Toca-me sempre que fala nos direitos fundamentais e na dignidade da pessoa humana, tão preocupado que até faz questão de providenciar o melhor de Guantánamo (Paradiso Tropicale!), ao fim e ao cabo são pessoas! E choques eléctricos nas partes baixas...é o pessoal na paródia! Que queixinhas já nem se pode galhofar! Pena de morte nos EUA? Toma...pode lá ser isso! In God we trust!
Se eu fosse o Putin, para além de pôr uma cara mais alegre (ele tem cara de quem está apertadinho com o Nature's call), começava já a tratar do défice democrático...Não vá Deus tecê-las!
Também soube que dois "terroristas" que "vivem" naquele Jardim do Éden, foram absolvidos...mas, mesmo assim, vão ficar por lá, um tipo quando se afeiçoa às coisas depois é difícil partir. E choques daqueles não há em qualquer lado assim como assim!
O ambiente é, juntamente com o apetite voraz por biscoitos, uma das paixões deste homem. Mas um cowboy precisa de fumar o seu cigarro "Marlboro", os índios é que têm de parar com os sinais de fumo que isso faz uma porcaria do caraças e um gajo tem dificuldade para respirar man!
No fundo, a "international scene" é um grande salão de dança e ele é que escolhe a música (e se acharem que é tango mas ele disser que é uma valsa...então é porque é uma valsa e se forem teimosos talvez aqueles choques vos façam ouvir melhor...tratam de muita coisa os choques).
O Mundo é um lugar melhor e mais seguro com ele watching you. Podemos dormir descansados. A liberdade de expressão nunca esteve tão segura. O cowboy está lá para nós e o Lucky Luke é ficção.
O George Bush é um sonhador. Um idealista. Tem é sido mal interpretado pelo Mundo. Ou então tem interpretado mal o Mundo.

Thursday, June 7, 2007

Segunda a sábado

Já passavam vinte das oito, de segunda a sábado na mesma paragem de autocarro, o mesmo som da cidade, encontrões em gente com muitos sacos, em gente sem nenhum. Vestia um pano colorido em jeito de roupa, com cores e cheiro a África. A fazenda garrida enroupava-a do colo aos joelhos, mostrava os braços e as mãos muito negras e secas. Meia agachada e adormecida, encostou-se contra a paragem, num contraste quase ridículo com o cartaz atrás dela, a publicidade a um perfume ou batom qualquer mostrava uma mulher a sorrir, etérea e suave, num vestidinho preto.
Ela guardava o sorriso, porventura por falta de forças, ou de motivos. Certamente não era por não carregar sacos com fitas e laços, ou por causa das sandálias consumidas que usava nos pés. Eram os sonhos que estavam gastos e rotos, caídos debaixo do banco do autocarro apinhado, de segunda a sábado.
Ao domingo já não imaginava mais nada sem ser o que tinha, preferia ter as mãos ocupadas do que o estômago vazio e barulhento, até porque nunca conheceu outro caminho. Finalmente o autocarro chegou e a fila inquieta para entrar formou-se com a mesma rapidez com que desapareceu, indiferente à mulher que permanecia sentada no chão. Tentou apoiar-se nas pernas, mas cedeu, pela primeira vez à fraqueza e aos olhos molhados. O autocarro arrancou, com os sonhos lá dentro, acalcanhados pelos pés de quem tem onde ir e alguém à espera.

Para Todos Vós RUDD

Saudosismo, sentimento tipicamente português, no pequeno espaço de tempo em que vivemos as “maravilhas” da vida académica, devemos confessar que os melhores momentos foram passados numa residência universitária, da qual nos vimos obrigados a sair.
É com imensa saudade que recordamos os dois anos vividos na D. Dinis, uma espécie de casa para pessoal fora do comum, não necessariamente no bom sentido da expressão.
Sem dúvida éramos uma família e é comovente ver os laços que se criaram entre os ex-residentes daquela casa.
Devido ao aumento exponencial da entrada de mulheres no ensino superior que se vem constatando nos últimos anos a essa parte, mais vagas eram necessárias para as “senhoras” e nós fomos os sacrificados.
Despejados e separados, o espírito RUDD mantém-nos unidos.
Há bem pouco tempo alguns membros da nossa família RUDD, decidiram ir visitar a casa, agora numa época que é habitada só por mulheres, foi com grande surpresa (ou não) que verificamos que o espírito RUDD permanece nesta casa, embora desta feita encarnado no corpo de mulheres, criou-se então uma espécie de relação especial entre ex-residentes e novas residentes, o qual nos voltou a devolver a nossa casa, mesmo que por curtos espaços de tempo, tempo esse em que os mais velhos contam as suas histórias da nossa casa, ouvem com atenção o que as novas déspotas têm a dizer, entre uns copos e umas trocas de experiências o espírito RUDD vigora e assim o pretendemos manter vivo!
A todos os nossos irmãos RUDD, o nosso muito obrigado, e tratem as nossas irmãs mais novas de uma forma pedagógica, uma vez que são elas que vão continuar a escrever a história que nós fomos obrigados a deixar pela metade.

Libertas.

Tuesday, June 5, 2007

Genuns nunquam perit

Um bonito brocardo é quase tão bom quanto um prosaico provérbio, no que toca a reacender uma discussão e dar um toque erudito. Vou partir de um silogismo, fraco, é certo, mas que serve o propósito: ora, se o género nunca perece, é forçoso concluir que os brasileiros vão continuar a brotar como cogumelos de geração espontânea, no meio da pura e refinada raça que é a portuguesa. Obviamente, não quero isso.Aliás, suponho que ninguém na perfeita utilização das suas capacidades quererá. Como tal, não vou ficar à espera que alguém tome conta da ocorrência, pelo que reuni uns quantos exemplos históricos que nos podem ajudar a erradicar, de vez, esta praga bíblica.

Isto da xenofobia e das perseguições já remonta ao tempo de Moisés, época em que um iluminado faraó egípcio se lembrou de organizar uma enorme matança de crianças judias, com medo que excedessem em número os habitantes autóctenes. Bom, mais tarde este povo acaba por fugir para a terra prometida, o que nos mostra que a medida foi realmente eficaz.

Estou também a lembrar-me do pirómano Nero, que arrasou Roma enquanto cantarolava, para mais tarde acusar os cristãos e os judeus de incendiários. Como é que ainda não nos lembrámos de apontar o dedo aos brasucas pelo flagelo dos fogos de Verão?

Também as mulheres serviram de bode expiatório numa tentativa desesperada de explicar a peste negra: dizia-se terem renegado à fé cristã, terem-se entregue ao culto do demónio, e por isso foram queimadas no conhecido movimento medieval de caça às bruxas.

Volta e meia, repetem-se os massacres de judeus, por isto e por aquilo: por cobrarem juros, por se dizer que espalharam a peste contaminando a àgua, por terem morto Jesus. A minha sugestão é, pois, que retomemos os métodos da Santíssima Inquisição, desta feita com a raça brasileira: espionagem, tortura e terror. Mais grave que afirmar que a Terra gira à volta do Sol é fala com sotaque em jeito de canção de Caetano Veloso.

Nenhum périplo histórico estaria completo sem uma referência a Hitler e aos seus adereços ideológicos: o social-darwinismo, a loucura racista, a teoria do espaço vital, o antibolchevismo e o anti-semitismo. Aposto que ele também pensou que um "judeuzeco" qualquer podia deixar crescer um bigodinho ridículo e roubar-lhe o emprego. Por que não aplicar a ideia aos brasileiros, já agora a todos os imigrantes, e filhos destes nascidos em Portugal? Vamos retirar-lhes os direitos de cidadania,assinalá-los com uma estrela amarela, insultar, atormentar, rebaixar, privar da possibilidade de ser alimentarem, cultivarem, informarem, movimentarem. Os brasileiros, os moldavos, os católicos, as mulheres, os muçulmanos, os homossexuais não são nunca vizinhos, professores, inquilinos, senhorios, alunos, colegas do trabalho,médicos, advogados, pacientes, estudantes. Não. Eles são a fonte de toda a promiscuidade, do desemprego, do défice, da doença, da vulgaridade que é o supremo vício. As brasileiras são feias, vamos proibi-las de casar com os nossos homens. Felizmente isso não acontecerá, nunca, em qualquer parte do mundo com nenhum emigrante português, dado que somos um povo agraciado por Deus em todos os aspectos. Não há portugueses feios, barulhentos, desrespeitadores, porcos, inconvenientes, arrogantes, preguiçosos os desinformados.

Generalizar é perigoso. É mau. A História mostra-nos isso da forma mais vergonhosa para a teoria do evolucionismo e para a pretensa inteligência humana. Mas talvez Darwin tenha cometido algumas falhas no seu estudo, nem todos evoluímos, e para o retrocesso basta uma frase feita ou uma sinédoque disparatada.

Monday, June 4, 2007

All good things come to an end

Não temos mais aulas de Obrigações. Suspiro.

Garota de Ipanema

Surgiram aqui alguns comentários racistas, xenófobos e, sobretudo, reveladores daquilo a que os espanhóis chamam de "pájara mental".
Refiro-me, como é óbvio, aos comentários feitos por uma pessoa acerca do povo brasileiro, bahh, como eu gosto de chamar as coisas pelo nome (é assim a expressão não é?), é para ti Terexua (agora parecia um cantor Pimba). Mal eu acabei de ler um dos teus despropósitos, lembrei-me do Geriatrix (sim o velho decano da aldeia do Astérix), pois também ele diz que gosta muito dos estrangeiros desde que fiquem na terra deles...
Para além da honra que é sermos associados a uma das personagens do Uderzo, as tuas observações geniais como as de teres vizinhos brasileiros que são autênticos animais, parece-me que só justificam os teus sentimentos e, atrevo-me a dizer, demonstram também o espírito de compaixão e compreensão com que tu recebes e tratas os inferiores.
Conheço uma data de idiotas lamentáveis que dizem o mesmo que tu, pérolas de amor como "Eu não sou racista, os meus melhores amigos são pretos","Racista eu? Já entraram três monhés na minha casa!","Eu não tenho nada contra os brazucas, até acho que toda a gente devia ter um em casa!", por isso és daquelas pessoas que pode dizer que não está só! Lucky me ahn?
Mas, como certamente saberás, podemos sempre fazer o jogo ao contrário e eu dizer que prefiro as mulheres brasileiras porque elas não têm bigode como as portuguesas, e ainda dizes que não compreendes porque se preferem as brasileiras! (já viste tão giro que é generalizar? E os rótulos ahn? E especificar será?)
Para os meus detractores, eu gosto de pensar que os tenho, que irão cruzar este post com o outro em que digo que ninguém suporta um Homem que apregoa Moral, resta-me dizer que eu não pretendo ser coerente, pois "Faithfulness is to the emotional life what consistency is to the life of the intellect - simply a confession of failure", para além do mais eu não sou um Homem com H grande.
PS - O Winston já disse que "a responsabilidade solidária só quando é legal ou convencionalmente estipulada" mas, Libertas, continuas a falar no plural, o que me obriga a dizer-te uns versos que a minha mãe me dizia quando eu era pequenino "Experimenta falar pela minha boca/ Assoar-te pelo meu nariz!".
Para o Rui Pereira, o meu espanto por ver o quão actual se mantém aquilo de as pessoas gostarem sempre de dar aos outros aquilo que mais precisam, no teu caso, lições de história (ainda por cima plagiadas).
Para o Miguel Correia, não eu não penso que tu és um radical de direita e, já agora, agradeço o apreço pelo post "A Queda".

Acerca da personalidade jurídica da União

Honestly? Couldn't care any less, senão estaria agarrada ao volumezinho de capa azul.

De facto, não é isso que me traz por aqui hoje (enquanto a Milla Jovovich não chega, é o que há)
Retomando o tema do anterior post, não posso deixar de pensar que se é verdade que cada um tem o que merece também não é menos verdade que cada país tem o ditador que merece. Karma works in misterious ways. À nossa imagem e semelhança, o Dr. António de Oliveira Salazar governou o país durante longos e gloriosos anos. Um homem simples que a bonita terra se Santa Comba Dão viu nascer, tímido, nada dado a demonstrações de poder ou virilidade. Suspeito que seria mais adpeto de actividades em recintos fechados, sentadinho na sua cadeira a ler o best seller da altura "How to be a dictator in 30 minutes" (parece que está a fazer um enorme furor na América do Sul, nos dias que correm).

Para quem pense que isto de ser um grandessíssimo facho encrudelece uma pessoa, desengane-se! As suas desventuras românticas enchem hoje páginas e páginas, em livros sentados nas prateleiras da Bertrand, juntinhos ao dantesco romance da Senhora Dona Carolina Salgado, prova mais que suficiente de que era um coraçãozinho mole. Como os portugueses se enternecem com verdadeiras histórias de amor! Estamos a falar de um homem sóbrio, que se dedicava de forma incondicional à sua profissão, assumindo as suas responsabilidades, avesso à delegação de tarefas, um pouco o inverso da Administração Pública de hoje. Ahh, e que sonhos tinha ele para Portugal!Um império além fronteiras, um país rural, pobre mas conformado, temente a Nosso Senhor e feliz! Ele sim, sabia o que o verdadeiro bonus pater familias deveria ser, um homem forte, másculo e de enchada em punho, pronto a impor a ordem no lar. Temos em que dava gosto ser mulher e mãe, levantar com a aurora do dia, esfregar com devoção cada cantinho do lar, pôr a mesa e cozinhar as refeições, entoando cânticos religiosos e, ao fim do dia, piedosamente, remendar umas meias junto ao quentinho da lareira... Também as crianças eram estupidamente felizes, marchando na Mocidade, os meninos, e aperfeiçoando o ponto de cruz e os arraiolos, as meninas.

Mudam-se os tempos, mudam-se os ditadores. Hoje está na berra o show off, estadista que se preze tem que correr diariamente uma maratona (gostava de o ver em viagem oficial ao Quénia), suando como um atleta olímpico, enquanto as donzelas suspiram com a masculinidade, o charme latino e o cabelo grisalho. Já as aventuras românticas, diz a má-língua, denotam opções diversas, mas quanto a mim é tudo inveja. Isso de ter territórios ultramaninos passou também de moda, o melhor mesmo é "des-anexar" a Madeira, visto que o Orçamento é magro, é gente que fala de maneira estranhae vê com maus olhos as leis da República. Mais a mais, o nosso PM anda com a ideia maluca das Oportunidades, coisa que me assusta enquanto mulher e futura dona de casa, não vá ele obrigar me a estudar e trabalhar, sujeitando o meu marido à humilhação de ganhar menos. Deus nos livre! "Deus, Pátria e Família!"

Já o português médio não aguenta mês e meio no ginásio, quanto mais uma maratona diária. Nada como um serão no sofázinho, enquanto a patroa escolhe a gravata do menino e mete a criançada na cama. Depois, aninham-se a ver a têvê até que ele desiste porque ela "não pode perder o episódio em que a Maria dos Anjos o apanha com outra num motel reles, senão perde o fio á meada".

Chegados a este ponto, parece me claro que o Sr. Silva se assemelha assustadoramente ao dito António de que falávamos há pouco. Parece que o consigo ouvir a discutir com a Maria (uma das suas conquistas):

- Óh filho deixa-me ver a Ilha dos Amores, 'tou farta do Malato!
- Tá caladinha mulher, vê lá se queres ir passar a noite a Caxias!

A meu ver é essencial que cada povo se identifique com o seu governante, e com este não vamos longe. Por isso, lanço aqui um desafio (ou um repto, como é fashionable dizer) aos vários canais televisivos, façam uma espécie de reality show em que o ganhador seria, vitaliciamente, Ditador. Perdão, Primeiro-Ministro.
Afinal de contas, " O António faz falta".


Post scriptum: Este singelo texto de Direito Comunitário será posteriormente publicado em vietnamita e checo, quando eu voltar da Patagónia, logo depois de receber meia dúzia de condecorações na Baixa da Banheira, onde vou sempre que posso.

Saturday, June 2, 2007

Começo por saudar os ilustres membros e visitantes deste brainstorming spot. Quando se fala de Salazar, seja na televisão ou na mesa ou lado do café, gosto invariavelmente de meter o nariz.Lamentavelmente, não disponho do tempo necessário para o fazer de forma desenvolvida (como Ele certamente merece), mas irei com toda a certeza fazê lo em breve. Fiquem a pensar nisto, os nossos avós sabem as dinastias todas, enquanto que o vulgar aluno do secundário não imagina sequer que não é ele o primeiro a bater na mãe.

Atenção!

Caros leitores assíduos do nosso espaço de liberdade! É com alguma preocupação que verificamos a proliferação de idealismos políticos no nosso espaço, queremos esclarecer que apesar de se tratar de um espaço de liberdade, não é por nós almejado politizar o nosso blog, este é um espaço de critica e não de apologia a regimes políticos, sejam eles fascistas ou marxistas mais, nenhuma das almas penadas toma partido por nenhuma facção, nas palavras do K “sou do centro distraído”. Somos todos!
Com isto não estamos a limitar, de todo, a liberdade de opinião e de critica, mas não podemos permitir que este espaço seja utilizado como mais uma forma de divulgação de ideologias sejam elas de esquerda ou de direita. Deixem isso para os congressos dos vossos respectivos partidos, onde até podem andar à porrada, ou para a festa do avante, onde podem beber ao mesmo tempo.
P.S.- Queremos que fique claro que este post revela muitas opiniões, de várias personalidades, mas de uma e mesma pessoa. Libertas.

Libertas.

Atentado! (?)

Quando parecia que Portugal já estava, finalmente, na onda do terrorismo internacional, o que impulsionaria o nosso lugar na politica internacional, vem-se a descobrir que afinal não passou de uma simples brincadeira de mau gosto com gás pimenta... Estou a falar, como é obvio, do acontecimento de 4ª feira no metro do saldanha...

Tenho o seguinte a dizer a esse respeito: senhor terrorista, de gás pimenta em punho, faça o favor de evoluir! queremos coisas mais bombasticas, no sentido TVIdesco da palavra, bem como no sentido literal. Fica aqui a nota de que acompanharei o seu trabalho na medida do que as noticias o permitirem. O meu obrigado e um grande bem-haja.

Friday, June 1, 2007

Football Manager...

Fica aqui um conselho para todos os adeptos do FM, não levem o simulador demasiado a sério, é só um jogo, não vão ter a paranóia deste senhor que enviou o CV (conquistas no FM), para um clube inglês….
Sempre soubemos que existem pessoas que vivem num mundo à parte, mas depois de verem isto vão acreditar que de facto existem malucos para tudo!
Entrem neste endereço e conheçam a famosa 5.ª dimensão….


http://homepages.nildram.co.uk/~kritip/managers%20job.htm
Libertas.

Mr.Mojo Rising


"And I'll tell you this
No eternal reward will forgive us now for wasting the dawn" - Jim Morrison

Sem tirar nem pôr...

Thursday, May 31, 2007

Novas Oportunidades

O meu muito obrigado aos senhores que têm comentado este espaço, uma vez que a inspiração começava a esvair-se, com os vossos sábios comentários a sede de escrever voltou, com mais força e mais vontade de dizer mal do que nunca.
Vou dedicar este post a um assunto de maior importância, que são as escolas portuguesas e o ensino em Portugal, há já algum tempo que tinha vontade de o fazer, mas o comentário de um distraído que encontrou o nosso blog abriu-me o apetite.
Devo desde já dizer que este post não está direccionado para ninguém em particular, não querendo com ele ferir certas susceptibilidades mais sensíveis!
Em Portugal existe um problema grave no ensino, especialmente no básico e secundário, uma vez que não ensinam as pessoas a pensar, obrigam os alunos a decorar um monte de matéria e posteriormente a vomita-la nos testes e exames. Este problema não é novo, a sua génese deve-se ao regime que vivemos durante algumas décadas, onde a ignorância é a sabedoria (passe o plagio ao 1984 e ao grande irmão), o nosso ditadorzinho que depois de morto não foi rei, mas estrela de um programa de TV, conseguiu cegar uma sociedade, felizmente que sempre houve alguém que disse não!
Ao longo de pouco mais de 30 anos, o ensino pouco mudou, aos níveis referidos a montante, e, como tal, parece reflectir-se nos comentários que nos foram feitos, essa forma de educação, amigos não sei qual a vossa instrução, talvez até estejam a frequentar o ensino superior ou quem sabe até já acabaram e ingressaram no mundo do trabalho, mas eu digo que vocês ainda vão a tempo de voltar a aprender a ler, e a perceber o que lêem, o senhor engenheiro (?) José Sócrates devia estar a pensar em pessoas como vocês quando criou as “novas oportunidades”, aproveitem e vão aprender novamente a compreender um texto.
Depois de eu ver alguns comentários eu ainda duvidei se o problema era meu, podia o meu texto não estar inteligível ou não ser por vocês cognoscível, mas depois de verificarmos com alguma atenção chegamos à conclusão que definitivamente algumas pessoas em Portugal não sabem ler.

Tuesday, May 29, 2007

A Queda (de um Mito)



Há uma coisa que eu gostaria de partilhar convosco, caros leitores (Winston e Libertas), é algo que tem tanto de surpreendente que vos dará a ideia de que "There are more things in Heaven and Earth, Horatio, than are dreamt of in your philosophy". Foi uma revelação que se me deu durante um teste de História no 12ºano e que desde aí me tem perturbado.
Sem querer causar mais síncopes cardíacas nem pôr (eu sei mas recuso-me a tirar o acento) o Libertas a coçar mais o pescoço...já repararam que o Pacheco Pereira é a reencarnação do Karl Marx? Eu, inicialmente, um pouco incrédulo consultei a árvore genealógica do Pacheco Pereira à procura de algum antepassado prussiano (não muito distante dada a forte influência tudesca no nome), mas para meu espanto nada que o relacione com o grande revolucionário prussiano. Daí que a única explicação razoável me pareça a hipótese da reencarnação (afasto completamente idiotices como a de haver pessoas parecidas!).
Atentem bem nas imagens!! (até a cor da barba é inapelavelmente idêntica!)
As únicas diferenças prendem-se com o facto de, ao nível da imagem, ele (Marx 2.0) se ter adaptado à sua nova orientação política (não deixa, contudo, de ser curioso que, o KMarx, para quem era tão defensor do proletariado tenha, na imagem claro, uma pose tão napoleónica!).
E é esta uma das mais fortes razões para desacreditar o movimento comunista e da "sociedade sem classes", pois se um dos grandes impulsionadores do movimento voltou à vida para abandonar o barco, por que diabos havia eu de ter fé (curiosa expressão...) no mesmo barco? Vou a nado, como ele, que ao menos dependo de mim!
Para cúmulo das ironias, o apelido deste renovado Marx, já que Pacheco Pereira redunda num admirável PP!
Uma última nota para os comunistas radicais que acedam, numa onda de grande azar (deles), a este blog, antes de me chamarem "fascista", "menino da mamã", "porco capitalista" ou um mais simples, mas também mais de acordo com a verdade, "idiota", gostaria de deixar claro que a minha posição política é a do "centro distraído", como diria o Jon Stewart (por aqui se vê o nível das minhas influências...).
Ah e para o Libertas, é bem feito, devias ter lido as letras pequeninas (erro imperdoável num jurista) que diziam "fio Dental Group" (até devias estranhar por serem só mulheres...), a clínica dentária fica na outra ponta da cidade...valeu brother!

Higiene oral

Antes de mais queria agradecer não às 3 pessoas que vêm o nosso blog, mas às 5!
Uma vez que este blog foi criado com um espírito de crítica, eminentemente académica, é meu dever não fugir à regra, como tal vou falar de uma clínica dentária.
Hoje fui a uma clínica dentária que não vou dizer o nome (Dental Group), e tive a experiência mais fantástica neste ramo da medicina. Para começar, quando telefonei para a central de marcações pareceu-me ouvir do outro lado um jardim zoológico, deviam estar lá bastantes animaizinhos do outro lado, curioso que todos eles falavam brasileiro, nada contra o povo irmão (bastardo).
Para minha enorme surpresa quando me desloquei à clínica as recepcionistas eram brasileiras, a este ponto eu já estava numa de entrar no samba, mas pensei que talvez fossem só as recepcionistas, errado! A médica dentista que teve uma hora a olhar para o interior da minha boca também tinha o tal sotaque.
Até aqui nada fora do normal, uma vez que todos os caixas de supermercado, senhores dos call centers, taxistas, empregados de balcão de cafés, restaurantes, construtores civis, entre outros são todos brasileiros, mas homenagem lhes seja feita são todos muito profissionais.
O mesmo não se pode dizer da SR.ª DR.ª? que me atendeu!, eu tive o cuidado de explicar que tinha um dente a meio de uma desvitalização, (- E quuuall é?) é o segundo molar DR.ª(?) muito bem, a senhora lá tirou uma radiografia, e para meu espanto ela diz que o meu dente já está desvitalizado, que bastava só reconstruir. Melhor ainda eu até tenho pressa, quando a senhora começa então a colocar na minha boca aquelas coisas que fazem um barulho estranho e até assustador eu reparo que ela está a “reparar” um dente frontal,… era só dois dentes ao lado, mas tudo bem se acha que esse também precisa, porque não desde que o outro também seja tratado.
O final desta maravilhosa historia não tem um final feliz, uma vez que eu ia tratar um dente e foi-me tratado o dente errado, foi-me feita uma destartarização, e mais algumas coisas que eu não sei dizer, para final de conversa, a senhora muito chateada a dizer que eu é que lhe indiquei o dente errado, tudo bem DR.ª(?) pode ter havido uma falha de comunicação, uma vez que falamos línguas muitíssimo distintas, mas eu disse expressamente segundo molar, O DENTE TINHA UM BURACO PORRA! – "si não quiser pagar tudo bein, não tem probrema!"
E foi assim que eu me retirei, não paguei a consulta, haja algo de bom nesta visita ao consultório (espécie de sucursal do mato grosso do sul).
Amigos do mato grosso do sul, eu não tenho nada contra vossas mercês, mas talvez fosse boa ideia frequentarem uma faculdade onde tratem pessoas.
Fica aqui o meu pedido ao ministério da tutela respectiva, e também aos senhores da ordem dos médicos dentistas, que raio de exames de equivalência é que vocês fazem???? Que possibilitam uma tribo da amazónia tratar de utentes portugueses!
Só para ficarem com uma ideia da minha irritação, até me passou pela cabeça ir fazer um escândalo para aquela estação de televisão super profissional de seu nome TVI, mas ao sair do edifico olhei à minha esquerda onde se erguia a grandiosa igreja universal do reino de Deus, e foi ai que eu percebi que aquela zona deve ter autonomia administrativa própria e não serviria de nada reclamar com autoridades portuguesas….Jesus é o Senhor!

Inicio do fim?

Depois de um inicio promissor deste maravilhoso blog, estaremos já a acabar? nah... Resistiremos!
Há já varios dias que nada era publicado, como tal, optei por quebrar o silêncio com a seguinte afirmação: malditos exames!
As actualizações serão feitas na medida do possivel, desde já, o meu obrigado pela compreensão das 3 pessoas que nos costumam ver.

Sunday, May 27, 2007

Venham mais cinco!

Eu não queria começar por falar na FDL nem em nenhum desses assuntos enfadonhos…mas já que os meus colegas resolveram fazer dois posts sobre isso e como sempre ouvi dizer que não há duas sem três, lá terei de escrever o terceiro post sobre o assunto, de forma a que as coisas atinjam o seu “full circle” (isto ainda pendente do que dirá o quarto elemento, não que sejamos os Fantastic 4…mas quase).
Queria dizer que discordo de tudo o que eles disseram. Não estou revoltado como o Libertas porque eu gosto dos meus professores e mesmo das duas que não adorei, cada uma tinha o seu encanto (uma era engraçada e a outra tinha piada…) e se eles fazem lembrar a época vitoriana…melhor ainda que eu gosto desse tempo. Por outro lado, acho que os jovens fazem muito bem em estoirar o dinheiro em festas e queixarem-se das propinas…o dinheiro só deve ser empregue naquilo que nos dá prazer, tudo o mais é desperdício e deve ser tratado como tal (ahh Best…).
Tão pouco me parece que se deva procurar “libertar” seja quem for, já que não há nada mais insuportável do que um Homem que apregoa a Moral (perguntem aos Romanos e aos Judeus…). Nem mesmo ser português consegue ser mais insuportável que isso.
Também não sou anti nada (a não ser anti-Dantas) até porque se há coisa que me agrada é ver algo que faz “fosquinha”, tanto tempo a dizer que vai tudo de mal a pior e quando há uma tentativa de mudança é uma chatice…
Ora algo de bom nesta revolução é a de que, para variar, vai avante (jeez sounded like a Red…) e se há algo de verdadeiro na Verdade é que ela chateia toda a gente…
Blargh, não voltarei a falar a sério!

Saturday, May 26, 2007

Manifesto Anti-Processo de Bolonha

Nos últimos anos muito se falou do processo de Bolonha mas, apesar de já ter entrado em vigor, pouco se sabe das suas vantagens e, sobretudo, das suas desvantagens. Pretende-se com este método facilitar as licenciaturas e as carreiras académicas, mas a que custos? É por se lançar mais licenciados para o mercado de trabalho que vamos assistir a evoluções na mentalidade portuguesa?
Mas há, sem duvida, uma grande vantagem... Sobre tudo para aqueles estudantes-parasitas que há tantos anos se arrastam pelo ensino superior, em muitos casos, há mais tempo do que o curso dura... Estes verão o seu curso diminuir substancialmente e até, alguns, acabam os cursos consideravelmente mais depressa do que o normal. Parece-me obvio que esse tipo de futuros-licenciados, não vão estar ao nível das exigências do mercado, mas então porque havemos de o permitir?
Não será prejudicial estar a beneficiar esses que apanham a transição por perpetuar os estudos? Os professores não tenderão a ser menos exigentes, de modo a que os que estão nessa situação acabem a licenciatura de uma forma mais célere? Estas questões põem-se, essencialmente, em universidades/politécnicos que, por natureza, já não são muito exigentes...
Temos de nivelar a exigência por cima e não por baixo...

F.D.L.

Três da manha! No silêncio de uma Lisboa adormecida, uma vontade súbita de escrever, exteriorizar a pequena revolução que se vai preparando no nosso interior.
Revolução é a palavra indicada para descrever o que seria necessário para devolver a dignidade à nossa faculdade, envolta em pura hipocrisia, onde a subjectividade da avaliação se confunde com um poder discricionário absoluto. Assistentes sedentos de poder, sedentos de definir o que cada um vale, tu vales 12, tu 13, já tu não vales nada! E como tal método B, mas quem são estes déspotas? que poder afinal eles anseiam?
Não nos podemos esquecer, claro está, dos senhores professores que são o suposto garante da integridade desta instituição, que de uma foram geral são os novos lordes pançudos, que recordamos da Inglaterra vitoriana (salvo o devido respeito pelos burgueses de então).
Insuportável é ser português, porque se eu fosse de uma outra qualquer nacionalidade talvez pudesse receber a minha “bonificação” que pelo o que se tem observado deve rondar mais um valor em media por cadeira, mas azar dos azares os meus pais não são figuras eminentes da politica, ou da diplomacia, ou até da aristocracia….
Claro que os alunos, cordeirinhos seguindo o que lhes é ditado de forma acrítica, quase por osmose lá vão andando e fazendo cadeiras sem se preocupar com o que anda à volta deles, o importante é que a “comissão de festas” continue a fazer as festa da cerveja, porque isso sim é vida académica para estas criaturas. Não se poupam a gastar as suas abastadas mesadas em álcool e substâncias ilícitas, mas todos os anos se queixam do valor que pagam pelas propinas, claro está, caros colegas o dinheiro não chega para tudo.
Perguntamo-nos se nos compete a nos fazer alguma coisa, nem que seja apenas falar, tentar pelo verbo libertar as criaturas da caverna, para tentarem ver a luz, mas o resultado mais provável seria todas elas ficarem cegas….

Friday, May 25, 2007

Desvirginização do Blog

O primeiro de muitos posts sobre o que quer que passe pela alma de 4 jovens aspirantes a licenciados...